A euforia de descobrir que está grávida, o crescimento da barriga mês a mês, os primeiros chutes, a sensação incrível e mais emocionante da vida de finalmente ter o bebê no colo e ouvir o choro pela primeira vez. Aonde toda essa alegria foi parar quando se está no puerpério?
Talvez você tenha se feito esta pergunta diversas vezes quando chegou em casa com o recém-nascido no colo e só sentiu vontade de chorar. Ou ainda na maternidade, quando você pensou que não saberia cuidar do seu bebê. Foi exatamente assim que me senti diante da privação de sono, que eu jamais tinha imaginado que seria tão exaustiva., por mais que tivesse lido tanto sobre maternidade Num instante de desespero, poucas horas antes de ir pra casa, chegou a passar pela minha cabeça que eu não daria conta de cuidar do meu filho e teria que deixá-lo na maternidade (que loucura!). Mas, afinal, o que é o puerpério?
Eis este divisor de águas chamado puerpério, conhecido como o período de 45 a 60 dias após o parto, podendo variar para mais ou para menos em cada recém-mamãe. Além de diversas alterações hormonais e no aspecto físico do corpo da mulher, o puerpério é caracterizado por afetar o emocional na mãe.
Choro sem motivo aparente, cansaço extremo, sentimento de incapacidade, baixa-auto estima e tristeza branda são algumas características muito comuns nesta fase, que por mais que pareça infinita, passa. Sim, mamães de primeira viagem, VAI PASSAR!
O puerpério é um tempo também de conflito da mulher que éramos antes de ser mãe e da que nos tornamos com a chegada do bebê. Parece ter uma sombra em nossa personalidade, algo que nos impede de entender que não precisamos deixar de ser quem éramos para assumirmos nosso papel materno. Precisamos apenas de uma adaptação, uma transformação que nos fará ainda melhores. Me lembro da primeira vez que saí de casa sozinha para ir até o mercado respirar, por exigência da minha mãe que me via chorar todos os dias. Cheguei na calçada do prédio e chorei de novo. De um lado, por não estar com meu filho e sentir como se tivesse deixado uma parte de mim; de outro, por imaginar que para sempre eu teria a enorme responsabilidade de ser mãe de alguém.
Nos esquecemos diante de tamanho furacão hormonal, mas essa mesma imensa adaptação acontece com o bebê, que durante nove meses esteve na barriga da mamãe e agora tem um mundo para explorar. Talvez este seja o ponto chave do puerpério: lembrar que não somos só nós que estamos passando por esta intensa transformação; nossos filhos também estão!
Mas como tornar essa fase mais leve? Como passar pelo puerpério sem tanto estresse e desânimo?
Aceite ajuda
O primeiro ponto é não ter vergonha de contar com ajuda. Você não precisa nem deve dar conta de tudo e sua rede de apoio será fundamental nesta fase, seja para cuidar dos afazeres da casa, lavar a roupinha do bebê (que neste início suja demais!), fazer a comida da família, ficar com o bebê pra você descansar um pouco ou tomar um banho demorado, comprar itens necessários no dia a dia.
Organize-se antes da chegada do bebê
Se você não tem rede de apoio, se organize antes do parto. Abasteça a geladeira, deixe alguns pratos congelados no freezer, faça um pequeno estoque dos itens de higiene, como fraldas, lenço umedecido, algodão, sabonete próprio para bebê, pomada para assadura, cotonete. Se possível, já esquematize também uma rotina com o bebê para facilitar o seu cotidiano. Contar com serviços de entrega também pode ser uma boa opção.
Converse com outras mães
Nem todas as mamães gostam de palpites, mas para mim outro ponto fundamental foi conversar com mamães próximas que já tinham vivido o puerpério e que me ajudaram a atravessar esse túnel que parece tão escuro e sem fim. Partilhar, perguntar, ouvir, saber que inúmeras mulheres passaram pelo mesmo que eu foi acalentador.
Alimentação e hidratação
Apesar de se alimentar bem e se hidratar parecerem quase impossíveis neste período, já que passamos dias à disposição total do bebê e mal sobra tempo de ir ao banheiro, é fundamental não deixar estas tarefas de lado, pois são a força que nosso corpo precisa para se recompor. A alimentação e a hidratação também podem interferir na produção do leite materno, mais um motivo para se cuidar.
Procure ajuda médica
Se você realmente não estiver se sentindo bem, se perceber que mesmo com o passar dos dias você não está se sentindo melhor ou adaptada à nova rotina, ao contrário, parece entrar num estado de depressão pós-parto, procure ajuda médica imediatamente.
Visitas? Será?
Importante lembrar que você não precisa se sentir obrigada a receber visitas nesta fase (na verdade, em qualquer outra também), por mais que as pessoas mais próximas queiram conhecer o seu filho/filha. Seja sincera, caso não se sinta à vontade, e peça para que aguardem o seu tempo e do seu bebê. Os recém-nascidos passam a maior parte do tempo dormindo e mamando e, sinceramente, tudo o que você não precisa é de pessoas fazendo barulho em sua casa.
Não se cobre tanto
Um último ponto importantíssimo para atravessar o puerpério é preparar o seu psicológico e não se cobrar tanto. Tudo não passa de mais uma etapa da vida materna, que como todas as outras, será superada. Seu bebê, como já disse, também está passando por uma avalanche de coisas novas e precisa de tamanha compreensão e acolhimento assim como você.
Você é uma ótima mãe!
Confie no seu maternar, você é uma ótima mãe, apenas precisa acreditar nisso e seguir. As dúvidas fazem parte da chegada do bebê e nenhum deles vem com um manual de instrução, ou seja, você aprenderá e conhecerá seu filho/filha com o tempo. Respire fundo e siga em frente!
Os primeiros dias do bebê são realmente desafiadores, mas quando o puerpério passar você verá que a conexão entre vocês estará ainda mais forte e será o combustível para vencer todos os desafios que a maternidade reserva daqui pra frente.
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